Entupindo o funil

A assinatura do convênio entre União e estado de São Paulo, que reuniu a presidente Dilma e o governador Alckmin, na semana passada, pode conter um ingrediente explosivo para a infraestrutura da Baixada Santista.
O documento trata da parceria entre os dois entes federativos para obras importantes de infraestrutura viária, como o trecho Norte do Rodoanel, cujo edital de concorrência internacional foi anunciado para esta semana.
Além desta obra, Estado e União devem investir na ampliação da Hidrovia Tietê-Paraná, orçada em R$ 1,5 bilhão, e na implantação do trecho norte do Ferroanel, estimado em R$ 1,2 bilhão.
Sem entrar nos aspectos socioambientais das intervenções, que merecem um post específico, há um ponto importante neste conjunto de intervenções: os parceiros estão realmente dispostos a investir na enfartada infraestrutura da Baixada Santista?
É óbvio que nossa estrutura viária e nossas condições de mobilidade não comportam um aumento da velocidade do transporte de passageiros e mercadorias, no vetor Planalto-Baixada. Comparo a situação com a de uma obra de drenagem, em que se promove a ampliação da vazão a montante, sem que haja a correspondente adequação a jusante. Ou seja, é de se esperar mais confusão aqui em baixo, quando cargas e pessoas aqui chegarem com maior rapidez do que hoje.
E não é novidade o planejamento de grandes obras de infraestrutura viária implantadas no Planalto, com destino à Baixada, deixar de prever investimentos na ampliação de nossa capacidade de escoamento de tráfego. Existem vários exemplos, como o caso dos elevados da rodovia dos Imigrantes, em São Vicente, que até hoje não foram construídos, a despeito do caos reinante no sistema, entre Praia Grande e aquela cidade, a cada feriado ou temporada.
Resta saber, quais autoridades regionais estão dispostas a meter a colher no elogiavel arranjo republicano Dilma-Alckmin, cobrando-lhes algo mais do que investimentos incompletos.

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